Sobre a Olimpíada
Da história das Olimpíadas Mendeleiev

A Olimpíada Internacional Mendeleiev de Química para Estudantes do Ensino Médio ocupa um lugar singular no sistema de olimpíadas de alto nível por disciplina. Os químicos foram os únicos, entre as ciências naturais, que conseguiram preservar as tradições da antiga Olimpíada de Toda a União; após a dissolução da URSS, ela passou a ser realizada anualmente em dois formatos: a Olimpíada Russa de Química para Estudantes do Ensino Médio e a Olimpíada Internacional Mendeleiev. A expansão geográfica da Olimpíada Mendeleiev e o crescimento do número de participantes nos últimos anos estão resumidos na tabela a seguir:
Desde 2004, além dos estudantes dos países da CEI e do Báltico, passaram a competir equipes da Bulgária, Macedônia do Norte e Romênia. Nos anos seguintes, aderiram delegações vindas de diversas partes do mundo: Áustria, Brasil, Hungria, Israel, Irã, China, Mongólia, Nigéria, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Sérvia, Síria, Eslováquia, Turquia, Croácia e Chéquia.

O júri e o Comitê Organizador da olimpíada foram presididos, em diferentes anos, por renomados cientistas — os acadêmicos da RAN A. L. Buchachenko, Iu. A. Zolotov, P. D. Sarkisov e o professor Iu. A. Ustyniuk. A partir de 1997, o Comitê foi chefiado pelo acadêmico da RAN V. V. Lunin, então decano da Faculdade de Química da Universidade Estatal de Moscou, a quem se deve a preservação e o desenvolvimento da antiga Olimpíada de Toda a União.
Desde 2022, o Comitê Organizador é presidido por S. N. Kalmykov, vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia (RAN), acadêmico da RAN e diretor científico da Faculdade de Química da Universidade Estatal de Moscou (MGU).

O presidente da Comissão Metodológica e do Júri Internacional da olimpíada, de 2002 a 2023, foi o professor V. G. Nenáidenko, chefe do Departamento de Química Orgânica da mesma faculdade.

Em 2023, essas funções passaram para o professor A. K. Gladílin, também da Faculdade de Química da MGU.

O Comitê Organizador e a Comissão Metodológica incluem professores e docentes das principais universidades, bem como professores de química do ensino médio dos países participantes. Estudantes e pós-graduandos integram a Comissão Metodológica — o que ajuda a preservar as tradições da olimpíada e garante a continuidade para os anos futuros.

A olimpíada é financiada por patrocinadores. O co-organizador é o Fundo de Caridade Andrei Melnichenko; o parceiro geral é a empresa EuroChem. Além disso, uma parte significativa das despesas é coberta pelos governos e outras entidades dos países-anfitriões de cada edição.
Desde 2020, o Fundo Melnichenko concede ao vencedor absoluto da IMO o Prêmio Acadêmico Valeri Lunin, instituído em honra ao fundador da Olimpíada Mendeleiev. Em 2024, o número de prêmios passou de um para três.
  • Valéri Vassílievitch Lunin
    (1940-2020)
    Valéri V. Lunin foi um notável cientista, professor e gestor acadêmico, que dirigiu a Faculdade de Química da MGU por mais de 25 anos (1992–2018) e se tornou seu primeiro presidente; era acadêmico da RAN.
    A vida de Lunin esteve intimamente ligada à Universidade de Moscou: ingressou como calouro em 1957 e percorreu toda a carreira — de estudante e engenheiro a professor, chefe de departamento, decano e presidente.
    Ele desempenhou papel decisivo na preservação e no desenvolvimento do ensino de química na Rússia. Graças, em grande parte, aos seus esforços, criou-se um sistema de atração de jovens talentos de todo o país e fortaleceu-se o movimento internacional de olimpíadas de química, no qual a MGU ocupa posição central. Durante seu decanato surgiram novos departamentos e laboratórios, enquanto antigas tradições foram mantidas e outras, criadas. Ainda como aluno do quarto ano, em 1966, Lunin foi um dos idealizadores da festa “200 Anos do Hidrogênio”, que deu origem ao hoje famoso Dia do Químico.
    Reconhecido mundialmente na catálise heterogênea e na química de superfícies, Lunin fundou escolas científicas que contam centenas de discípulos. Até seus últimos dias liderou o Departamento de Química Física. É uma referência para todos os professores de química da Rússia e dos países da antiga URSS, deixando um legado que seus alunos continuarão a honrar.
Valéri Vassílievitch Lunin
(1940-2020)
Valéri V. Lunin foi um notável cientista, professor e gestor acadêmico, que dirigiu a Faculdade de Química da MGU por mais de 25 anos (1992–2018) e se tornou seu primeiro presidente; era acadêmico da RAN.
A vida de Lunin esteve intimamente ligada à Universidade de Moscou: ingressou como calouro em 1957 e percorreu toda a carreira — de estudante e engenheiro a professor, chefe de departamento, decano e presidente.
Ele desempenhou papel decisivo na preservação e no desenvolvimento do ensino de química na Rússia. Graças, em grande parte, aos seus esforços, criou-se um sistema de atração de jovens talentos de todo o país e fortaleceu-se o movimento internacional de olimpíadas de química, no qual a MGU ocupa posição central. Durante seu decanato surgiram novos departamentos e laboratórios, enquanto antigas tradições foram mantidas e outras, criadas. Ainda como aluno do quarto ano, em 1966, Lunin foi um dos idealizadores da festa “200 Anos do Hidrogênio”, que deu origem ao hoje famoso Dia do Químico.
Reconhecido mundialmente na catálise heterogênea e na química de superfícies, Lunin fundou escolas científicas que contam centenas de discípulos. Até seus últimos dias liderou o Departamento de Química Física. É uma referência para todos os professores de química da Rússia e dos países da antiga URSS, deixando um legado que seus alunos continuarão a honrar.
Procedimento da olimpíada
Participam alunos do penúltimo e último anos do ensino médio que sejam vencedores das olimpíadas nacionais de química. Todos os concorrentes resolvem as mesmas provas, independentemente da idade.

Em reunião conjunta do Comitê Organizador e dos chefes de delegação na 38ª Olimpíada (9 maio 2004, Quixinau), foi aprovado o sistema de cotas de equipe (com ajustes posteriores). O país-anfitrião pode inscrever até 15 estudantes.
Cotas por país
Os idiomas oficiais da olimpíada são russo e inglês. Antes de cada prova, os líderes podem traduzir os enunciados para o idioma nacional de sua equipe.

A olimpíada tem três fases:
  1. Primeira prova teórica — 8 problemas obrigatórios, 10 pontos cada.
  2. Segunda prova teórica — 5 problemas, escolhidos entre 15, valendo até 15 pontos cada. Os assuntos dividem-se em: Química Inorgânica, Química Orgânica, Química Analítica, Química Física e Ciências da Vida (3 problemas por área). O participante deve resolver um problema de cada área, demonstrando formação ampla.
  3. Prova experimental — duração de 5 h; vale 75 pontos e exige destreza laboratorial em análise química e síntese.

Pontuação máxima total: 230 pontos.

Ao contrário da Olimpíada Internacional de Química (IChO), não há restrição prévia de temas por meio de um conjunto de treinamento oficial.
Informações mais detalhadas sobre a história da Olimpíada Mendeleiev, sobre as provas teóricas e experimentais, seus autores, bem como sobre os vencedores e medalhistas das edições anteriores podem ser encontradas nas seguintes fontes:
Lunin V. V., Nenáidenko V. G., Ryzhova O. N., Kuzmenko N. E. A Química do Século XXI em Problemas das Olimpíadas Internacionais Mendeleiev. Ed. Univ. de Moscou / Nauka, 2006 – 384 p.

Lunin V. V., Nenajdenko V. G., Ryzhova O. N., Kuz’menko N. E. Chemistry of the 21st Century. International Mendeleev Chemistry Olympiad. Moscow University Press, 2007 – 443 p.

Reshetova M. D., Churanov S. S. “Da história das Olimpíadas Mendeleiev”. In: Tendências modernas do ensino de química: trabalho com estudantes talentosos / org. V. V. Lunin. Ed. Univ. de Moscou, 2007, p. 137–145.

Gladílin A. K. “A química — uma ciência olímpica”. Nauka i Zhizn, 2010, nº 5, p. 55–58.